quarta-feira, 3 de junho de 2015

OE

oe_foto_fernando stankus_04.jpg
Fotos de cena deFernando Stankuns
Espetáculo solo de Eduardo Okamoto inspirado na obra do escritor japonês
Kenzaburo Oe (Prêmio Nobel de Literatura/1994) inicia segunda temporada na SP Escola de Teatro,
De 08 a 24/6 (segundas, terças e quartas) às 20h30

Dramaturgia inédita de Cássio Pires e Encenação de Marcio Aurelio  

Em 2012, Okamoto recebeu o prêmio de melhor ator pela APCA e indicação ao Shell por “Recusa”, espetáculo da Cia Teatro Balagan, dirigido por Maria Thais, e em 2009, foi indicado ao Shell por sua atuação em seu segundo solo, “Eldorado”, com direção de Marcelo Lazzaratto.

OE fez curta temporada no SESC Consolação, no período entre 04/05 e 03/06.
Apresentado recentemente na Mostra Oficial do Festival de Curitiba em estreia nacional e com excelente repercussão, OE é livremente inspirado na obra do escritor japonês Kenzaburo Oe (Prêmio Nobel de Literatura/1994) - sobretudo, no romance autobiográfico Jovens de um novo tempo despertai! No livro, o autor procura definições sobre a sociedade e a vida (morte, sonho etc.) para o seu filho mais velho, deficiente intelectual.  

A enfermidade do filho - que viveu até os seis anos de idade sem desenvolver a capacidade da fala - é recorrente na obra de Kenzaburo Oe. Demonstrando grande sensibilidade auditiva e aprendendo a falar ao reconhecer o som dos pássaros, o menino aprendeu a tocar piano e, hoje, é compositor respeitado no Japão e fora dele. 

O espetáculo, porém, não se limita a uma narrativa sobre autossuperação. Assim, não se dramatiza passagens da obra do autor nipônico. Vê-se nela impulso para a abertura de imaginários. A partir da prosa de Oe, o dramaturgo Cássio Pires escreveu um texto inédito: um poema para a cena que sintetiza 28 imagens. Estas imagens procuram se equilibrar nas bordas entre sonho e memória, vivência e imaginação, palavras e não-ditos. 

O resultado é uma cena que não estabelece limites claros entre a singularidade de um único homem e a universalidade do conjunto plural dos homens. A partir de uma narrativa pessoal, o espetáculo propõe um chamado para novas formas de cidadania, baseadas na responsabilidade intransferível de cada ser sobre suas ações: “[há uma] conexão existente entre a violência em escala mundial, representada por artefatos nucleares, e a violência existente no interior de um único ser humano”, escreve Kenzaburo Oe.

Além disso, o espetáculo toma a ficção como uma forma, comparável ao universo simbólico dos sonhos, de significar as experiências. O mundo só faz sentido quando contado, reinventado pela história. No ato de narrar, assim, haverá sempre espaço para a vivência de jornadas e, sobretudo, aprendizado.

O processo de pesquisa para a obra incluiu um estágio de Eduardo Okamoto, em fevereiro de 2014, no Kazuo Ohno Dance Studio, no Japão.  
   
O espetáculo foi financiado com recursos do Prêmio Myriam Muniz 2013, da Funarte, e do Faepex / UNICAMP.

SP Escola de Teatro /Sede Roosevelt - Praça Roosevelt, 210 • Centro • São Paulo | SP Tel: 11 3775.8600 - Capacidade: 50 lugares
Temporada de 08 a 24/6 (segundas, terças e quartas), às 20h30
Ingressos: R$20,00 inteira e R$10,00 meia
Duração: 60 min. Indicação de faixa etária – 12 anos

Nenhum comentário:

Postar um comentário