sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

"Simbad, o Navegante"

Exibindo 0246_PauloBarbuto_20141030_WEB.jpgSesc Pompeia

Rodrigo Matheus e seu Circo Mínimo estreiam
espetáculo com direção de Carla Candiotto

Palhaços e estruturas de bambu recriam a lenda do marinheiro Simbad.Concebida para meninos e meninas aventureiros, a nova peça do Circo Mínimoincentiva a imaginação dos pequenos ao usar peças de bambu para representar feras, objetos e personagens. À frente do palco, dois palhaços disputam espaço para contar uma das histórias mais conhecidas da obra Mil e Uma Noites. A temporada começa no dia 28 de fevereiro.

Tal qual a rainha Sherazade, que contou belíssimas histórias para o rei Xariar durante mil e uma noites, dois palhaços contadores de histórias compartilham com o público as aventuras do marujo Simbad, aventureiro que desbravou os mares em busca de riquezas e desafios. A lenda, que já teve adaptações para o teatro, cinema (em formato de animação e live-action) e quadrinhos, ganha montagem do Circo Mínimo, grupo que caminha para os 27 anos de atuação e já se apresentou na Espanha, Inglaterra, Escócia, Alemanha, Colômbia, México e Argentina, além de diversos Estados brasileiros. Simbad, o Navegante, seu 17º espetáculo, estreia no Teatro Sesc Pompeia,  dia 28 de fevereirosábado,meio-dia, e cumpre temporada até dia 21 de abril, terça, feriado de Tiradentes, quando fará sessão extra.


Exibindo 0111_PauloBarbuto_20141030_WEB.jpgEm cena, estão o ator fundador do Circo Mínimo, Rodrigo Matheus (que também assina a dramaturgia da peça) e Ronaldo Aguiar – palhaço, bailarino e acrobata aéreo convidado. Quem assina a montagem é a premiada Carla Candiotto (APCA de melhor direção pelos espetáculos Histórias por Telefonecom Cia Delas, A Volta ao mundo em 80 Dias, além de indicações e Prêmio Femsa), responsável pela encenação de espetáculos também para Pia Fraus e Linhas Aéreas, entre outros, além de ser cofundadora da Cia Le Plat du Jour.

Para adaptar a famosa história do marujo Simbad, foi utilizada a versão de Mamede Mustafa Jarouche, pesquisador, tradutor e professor universitário da USP, que fez a primeira tradução direta do clássico árabe Mil e Uma Noites para o português. Em sua recriação, o Circo Mínimo manteve o arquétipo peculiar de Simbad. “Ele tem uma paixão pelo desconhecido e não consegue ficar quieto. Simbad está em um lugar e, quando o dinheiro acaba ou quando está entediado, já vai para outro”, conta Rodrigo.

Nos contos originais, Simbad é dividido por duas facetas que representam a dualidade do ser humano. Nesta adaptação, os dois personagens são palhaços contadores de histórias que pretendem encenar as aventuras vividas por ele. O personagem de Rodrigo Matheus é o tipo mais inteligente e astuto, sempre disposto a ludibriar a sua dupla. Ele quer interpretar Simbad o tempo inteiro e engana o parceiro para que ele nunca tenha a oportunidade de assumir esse papel. Assim, o palhaço feito por Ronaldo Aguiar fica com a representação das bestas, selvagens e da esposa do marujo, mesmo sempre sonhando em ser o herói, motivação que o move durante o espetáculo.

A diretora Carla Candiotto destaca a facilidade em trabalhar com dois artistas que disponibilizaram desde o início as habilidades circenses e cênicas de seus corpos à criação do espetáculo, que teve três meses de ensaios intensivos antes de ser concluído. “O trabalho principal foi equalizar os tipos de atuação dos dois. Rodrigo tem um perfil mais intenso e aventureiro, já o Ronaldo é mais estourado e histriônico. O que priorizamos é a relação forte que há entre eles. Por mais que o personagem do Rodrigo se sobreponha em alguns momentos ao do Ronaldo, centramos o tempo inteiro que um não existe sem o outro.”

Exibindo 0231_PauloBarbuto_20141030_WEB.jpgAlém da presença cênica dos atores, o cenário chama a atenção pelos bambus. Há uma estrutura piramidal com 4m de altura baseada nas criações de Marcelo Rio Branco, que desde 1999 preside o Sistema Integral Bambu, projeto que trabalha o seu uso desde as concepções corpóreas, como o trabalho de ergonomia e equilíbrio; as psíquicas, como a simbologia da planta; e sociais, como econômica, estética e plástica. “Conheci o trabalho do Marcelo por meio do grupo Nós no Bambu, de Brasília”, conta Rodrigo a respeito da inspiração para Simbad, o Navegante. A equipe brasiliense é caracterizada pela criação de espetáculos de danças acrobáticas sobre esculturas artesanais da planta.

A partir de uma residência de três dias que Rodrigo fez com Marcelo Rio Branco, o ator aprendeu a escolher, cortar, limpar, manusear e compreender como o bambu se comporta. Os conhecimentos adquiridos pelo artista são a base da encenação de Simbad, o Navegante. Sob a manipulação dos artistas, os bambus que repousam em uma carroça se tornam barcos, baleias, armas, pássaros e serpentes.

O desafio cenográfico da diretora foi o de mesclar a sua linguagem autoral a um cenário já concebido. Segundo ela, a simplicidade do espetáculo proporciona uma liberdade de criação grande. “O legal é que o público cria a peça. Nós somos apenas provocadores da criatividade dele. As crianças vão enlouquecer com tudo que é mostrado no palco pelos artistas”, conclui.

Estreia dia 28 de fevereiro, sábado, ao meio-diaTemporada: Sábados e domingos, meio-dia. Até 21 de abril (sessão extra no feriado de Tiradentes, dia 21 de abril, terça-feira, meio-dia).
 Local: Teatro Sesc Pompeia - Rua Clélia, 93, Pompeia. Não há estacionamento nesta unidade do Sesc. Para informações sobre outras programações, acesse o portal sescsp.org.br/pompeiaIngressos: R$ 17,00 (inteira), R$ 8,50 (credenciado*/usuário inscrito no Sesc e dependentes, +60 anos, estudantes e professores da rede pública de ensino) e R$ 5,00 (credencial plena/trabalhador no comércio e serviços matriculado no Sesc e dependentes). Venda on-line a partir de 10 de fevereiro, terça-feira, às 17h30. Venda presencial nas unidades do Sesc SP a partir de 11 de fevereiro, quarta-feira, 17h30. Duração: 60 minutos. Recomendação etária: Acima de 5 anos; classificação: livre.

Nenhum comentário:

Postar um comentário