quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Epifanias Urbanas: Queimadas das Secretárias

Cia das Atrizes faz intervenções no centro de São Paulo - Viaduto do Chá

O projeto Epifanias Urbanas faz 18 ações no centro de São Paulo.

A Cia das Atrizes em parceria com o Núcleo Mirada criou o espetáculo intervencionista EPIFANIAS URBANAS. Esta utilizou como paisagem poética para a criação o diálogo de linguagens, o cotidiano das cidades e o universo feminino. Epifanias Urbanas consiste em um desafio ou, no mínimo, um comentário poético sobre as grandes cidades com a tentativa de modificar o significado ou as expectativas do senso comum, quanto ao cotidiano em que “nada acontece” em meio a tantas informações. A epifania aponta para o extraordinário contido dentro daquilo que é considerado, consensualmente, uma banalidade dentro do cotidiano, e que é exposta dentro da trilogia “uma pessoa, um lugar, uma dança”. São provocações, imagens, ações que convidam quem está passando a olhar em volta, a estranhar e se deslumbrar com o cotidiano, um exemplo dessas intervenções é a ação Queimada das Secretárias, em que as atrizes da companhia jogam uma partida de queimada embaixo do Viaduto do Chá, vestidas de secretárias executivas. 

Queimada das Secretárias acontece no Viaduto do Chá toda sexta-feira às 18h. Outra intervenção acontece aos sábados, sempre em um local diferente, que é avisado no  www.ciadasatrizes.com

Assim, a cidade é convidada ludicamente a despertar por meio das ações ao som dos motores dos carros, ou as valsas tocadas no caminho por um megafone. As intérpretes propõem-se a jogar, dentro das matrizes criadas pelos provocadores (Morena Nascimento, Michele Navarro, Carlos Canhameiro, Felipe Teixeira e Fernando Villar), criando para cada espaço um espetáculo que brinca do comum para o incomum, abrindo o olhar do público-passante para o estar no mundo.

A TRILOGIA: UMA PESSOA, UM LUGAR, UMA DANÇA

“Uma pessoa” -Na tentativa de afetar o indivíduo, sobretudo através do contágio, busca-se com a presença das sete interpretes alcançar o fictício dentro do real, utilizando-se do tempo-espaço criado pelo jogo teatral para que diversas imagens criem um conjunto que apontem novamente para realidade, devolvendo-a numa releitura deslocada pelo tratamento artístico de sete mulheres em ação.

“Um lugar”- Acreditando que o lugar em que o artista escolhe para sua apresentação é um aliado ativo da criação, o Epifanias Urbanas ocorre nos centros das cidades, em um local que está em movimento constante. Busca-se criar uma intervenção poética na paisagem da cidade, colaborando para uma releitura de um lugar comum.

“Uma Dança” - As intérpretes, dialogando direta e indiretamente com os acontecimentos da cidade, hora se confundem com o cotidiano para explodirem instantes extraordinários, e hora outra explodem instantes para confundirem-se com o cotidiano, criando assim um “objeto-cena” com potência suficiente para a pausa necessária dos acontecimentos diários. Desta forma, realiza-se um encontro artista-público que não se espera, um encontro que resulta em pequenas epifanias provocadas dentro do cenário da cidade, fazendo dela material criativo e artístico, colocando a dança no cotidiano das pessoas.

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