“Do Tamanho do Mundo”

O ator reedita a parceria com o diretor Jefferson Miranda [ciateatroautonomo]

em texto escrito pela atriz e produtora Paula Braun, que estreia como dramaturga 

“O que você faria se acordasse tendo uma chance estranha de recomeçar? Se, de repente, você esquecesse de sua profissão, de sua comida preferida, de como amarrar os seus sapatos?” Este é o mote da peça DO TAMANHO DO MUNDO, que marca a volta do ator Mateus Solano aos palcos depois da temporada carioca da peça em 2013 e do enorme sucesso na televisão como o vilão Felix da novela das 21h “Amor à Vida”, de Walcyr Carrasco (TV Globo). 

O texto é da atriz e produtora Paula Braun, mulher de Mateus, que estreia como dramaturga - e que também esteve ao seu lado no elenco de “Amor à Vida”, como a médica Rebeca – e a direção é de Jefferson Miranda (diretor da conceituada ciateatroautonomo), com quem Solano já havia trabalhado na peça “O Perfeito Cozinheiro das Almas Deste Mundo”, em 2007. No elenco, ao lado de Mateus, estão Alcemar Vieira, Isabel Cavalcanti e Karine Telles (vencedora dos prêmios de Melhor Atriz nos festivais de cinema do Rio e de Gramado por sua atuação no longa “Riscado”, de Gustavo Pizzi).

No início de 2013, antes da estreia de “Amor à Vida”, Mateus Solano se preparava para uma empreitada desafiadora: voltar ao teatro depois de três anos se dedicando exclusivamente a projetos de TV e cinema e, paralelamente, se preparando para viver um personagem previsto para ser um dos pilares da novela “Amor à Vida” – o que aconteceu de forma superlativa, atraindo as atenções de todo o país para aquele que viria a ser um personagem definitivo na história da teledramaturgia brasileira.

E assim, em maio de 2013, peça e novela estrearam praticamente juntas, com um intervalo de apenas dez dias, e juntas seguiram ao longo do ano – à temporada carioca seguiram-se as viagens, que levaram DO TAMANHO DO MUNDO também às cidades de Vitória, Belo Horizonte, Guarulhos e Campinas.

A PEÇA

DO TAMANHO DO MUNDO conta a história de um casal que representa o ideal criado pela modernidade, mas que encontra uma chance extraordinária de se reinventar e descobrir o que é verdadeiramente relevante ou não em suas vidas. 

A peça procura refletir sobre o quanto o homem contemporâneo pode chegar a viver numa automatização de sua rotina, a ponto de deixar de ser o autor de sua própria história e passar a ser um mero repetidor. Ou seja, em que medida a obediência às ‘regras’ é necessária para a convivência, e em que medida ela pode vir a esmagar a criatividade e a individualidade?

“‘Do Tamanho do Mundo' é um projeto, pra mim, feliz. Buscamos tratar de descobertas, mudanças, novas escolhas... - mesmo sabendo que tudo isso implica ter que abrir mão, e às vezes, abrir mão de coisas de que gostamos muito, onde nos reconhecemos - de forma simples, suave, positiva. É um projeto feliz porque quer acreditar na vida. E, particularmente, tenho sentido necessidade que nossa criação ponha fé na vida, seja uma afirmação de vida.", comemora o diretor.

"É muito bom poder contar com um processo colaborativo. Jefferson guia os atores de um modo onde os personagens criam vida própria. É um trabalho artístico, e o texto uma costura de um pouco de cada envolvido. Uma experiência trabalhosa, rica, que envolve sensibilidade, entrega e confiança. ‘Do tamanho do Mundo’ é uma tela colorida coletivamente. É raro quando isso acontece do jeito que tem acontecido e poder participar é uma grande honra. Só tenho a agradecer.", devolve a autora.

SINOPSE

Num dia como outro qualquer, Arnaldo (Mateus Solano) acorda e se assusta ao perceber que não se recorda como caminhar. Este pequeno surto aparentemente passa sem qualquer consequência, mas Arnaldo percebe, aos poucos, que tem um olhar diferente sobre as coisas cotidianas, como se visse tudo pela primeira vez, e não conhecesse mais nada nem ninguém. Ele se vê como uma folha de papel em branco - desaprendido, perdido dentro de sua própria liberdade. Precisa reconstruir seu conceitos e escolhas, e reaprender a viver em sociedade. Sua mulher, Marta (Karine Telles), uma moderna executiva atribulada pelas suas exigências profissionais, tenta ajudá-lo, mas sua excessiva objetividade não lhe permite compreender bem o que está acontecendo. Ao lado de Marta, Arnaldo começa a se perguntar se as escolhas que tomou até então foram realmente suas ou impostas pelo ‘destino’, e se esse ‘destino’ de fato existe ou foi inventado para encaixá-los dentro de padrões sociais.

Acompanha e interfere na ação o irônico ‘Presenter’ (Alcemar Vieira), figura um tanto misteriosa que sempre observa e comenta com o público o que vê, e em momentos estratégicos sai do lugar de observador e entra dentro da trama para provocar os demais personagens e mudar o curso dos acontecimentos. Há ainda tia Lila (Isabel Cavalcanti), mulher extravagante e despachada que decide visitar a sobrinha Marta justamente neste momento em que o casal, atordoado, precisa de um pouco de sossego e intimidade para tentar compreender o que se passa com Arnaldo, e buscar novos sentidos para suas vidas.

ESTREIA: dia 11 de abril (6ªf), às 21h30

LOCAL: Teatro Renaissance - Alameda Santos, 2233 – Jardins / SP - tel. 11 3069.2286 

HORÁRIOS: 6ªf, às 21h 30; sab, às 21h; domingo, às 18h / DURAÇÃO: 90 min

INGRESSOS: 6ª, R$60,00 e R$30,00 (meia entrada); sab e dom, R$80,00 e R$40,00 (meia entrada)

Bilheteria: 3ª a 5ª, das 14h às 20h / 6ª a domingo, das 14h até o início do espetáculo

Formas de Pagamento: dinheiro, débito ou cartão de crédito (Visa, Mastercard, Diners, American Express)

Estacionamento: Valet service.  CLASSIFICAÇÃO ETÁRIA: livre.  TEMPORADA: até 08 de junho