sexta-feira, 17 de abril de 2015

1Gaivota É impossível viver sem teatro


SITERenato Borghi, Noemi Marinho, Pascoal da Conceição, Élcio Nogueira, Julia Ianina, Rafael Primot, Thais Medeiros e Erika Puga em  1Gaivota É impossível viver sem teatro 
Adaptação e direção Nelson Baskerville

Da obra de Anton Tchekhov

Estreia dia 17 de abril no Teatro Anchieta - SESC Consolação

O clássico russo de 1895 escrito por Anton Tchekhov ganha versão “refrescada” de Nelson Baskerville para cumprir temporada nos teatros Anchieta/SESC Consolação, Alfredo Mesquita e Cacilda Becker,
entre 17 de abril e 07 de junho.

Classificada pelo autor como “comédia em 4 atos” a encenação transporta a ação para uma fazenda em Campos do Jordão, onde os proprietários em dificuldades financeiras divertem-se, amam, bebem e machucam-se.
No palco, ora personagens, ora atores, lançam a pergunta: é impossível viver sem teatro?

Gaivota, um clássico do teatro universal, é uma obra que discute a falta de comunicação e a impossibilidade de entendimento entre nós, habitantes desse planeta, perdidos entre o amor, a vida, a morte e a arte, quatro temas sobre os quais se erguem as principais obras da dramaturgia universal.

Em cena, ator e personagem se misturam no desejo de revelar ao público os mecanismos do jogo teatral como se pudéssemos dissecar não só as almas da cena e as relações entre esses personagens, mas os diversos pontos de vista que podemos ter quando enxergamos o avesso, os bastidores, dos acontecimentos. Mostramos a mágica e o truque de mágica ao mesmo tempo, deixando que o truque seja também mágica.

“Assisti, ao longo da minha vida e carreira, algumas montagens de Gaivotade Tchekhov: a montagem de Francisco Medeiros que inaugurava o porão do Centro Cultural, em 1994, à montagem do National Theatre com Ian Mc Kellen (2007) passando pela belíssima montagem de Enrique Diaz (2006), entre outras. E me pergunto sempre antes de qualquer espetáculo em que esteja envolvido (é uma obsessão): por que montar uma peça que conheço tanto? Porque não sei fazê-la. Sei que não quero reproduzir mais uma encenação clássica sobre um texto clássico. Não tenho nenhum interesse em encenar clássicos se não puder contextualizá-los nos dias atuais. Meu interesse consiste em fazer com que esses clássicos (são clássicos porque podem ser montados em qualquer época e tem infinitas possibilidades de leituras) se comuniquem com as plateias de hoje acostumadas com várias mídias e com acesso ilimitado a uma grande quantidade de informação”, afirma Baskerville.
Responsável pela trilha sonora composta para o espetáculo, Daniel Maia explica: “foram compostos temas que contrastassem o ‘velho’ e o ‘novo’; inspirados pelo rock melancólico dos anos 2000, porém mergulhados em texturas de cordas e acordeons. Desta forma a música tenta uma ruptura com o ‘velho teatro’ ao mesmo tempo em que vive nele.”

Sobre os figurinos, Marichilene Artisevskis conta que "a ideia vem das imagens e pesquisas feitas com base na Rússia de 1899, trazendo isso para o contemporâneo. São figurinos de formas simples, mas com cores intensas e fechadas. Eles serão envelhecidos em duas etapas, fazendo com que isso dialogue com o cenário e luz”.

A cenografia do espetáculo, assinada por Amanda Vieira e Nelson Baskerville, traz a tona todo o principio de encenação do diretor, onde o ambiente é construído através de elementos, onde nada é perfeito e limpo. 
A montagem pretende desnudar a teatralidade com tudo a mostra, o teatro exposto, tudo revelado, até mesmo o camarim que fica diante do publico, numa fusão de peça real e peça ficção.

“Teremos muitos mecanismos e interferências a mostra, o cenário é composto por módulos andantes, cada módulo com seu elemento. Cada ato possui um modulo principal, como o primeiro ato, onde o palco da peça de Kóstia toma o centro do nosso palco real. Os elementos nunca saem de cena, nada é escondido e com isso toda a movimentação cenográfica é feita na frente do espectador, o cenário se desloca pelo espaço, como os atores em cena. E a cada mudança de ato, o cenário acompanha a história e ânimo dos personagens, até chegar ao último ato, podre, abandonado, como a alma dos personagens”, afirma a dupla.

Serão usados todos os recursos que o teatro e as mídias modernas permitem usar, como vídeo e microfones. Os recursos de vídeo se integram ao cenário. O travelling e a câmera são mais um elemento de cena, as telas de projeção sobem e descem, ganhando tamanho e proporções conforme a necessidade do momento. Microfones e pedestais também estão ali como mais um elemento. E todo esse revelar, se confunde na intimidade e ganha camadas através de plásticos. “Só Nina tem acesso ao palco de Kóstia, por isso a vemos através de um plástico, assim como o camarim, que apesar de estar em cena também é revestido por plástico, criando camadas entre espectador e ator”, explicam Amanda e Nelson.

Gaivota é muito importante para Nelson Baskerville, pois nela o diretor dá continuidade aos trabalhos da sua antiga companhia, a Antikatártika Teatral (AKK), retomada que começou com o espetáculo A Geladeira, que estreou em 2014. A companhia criada em 2004 por Nelson Baskerville procurava as manifestações épicas em textos ainda enquadrados no gênero dramático.

TEATRO ANCHIETA – SESC CONSOLAÇÃO - Rua Dr Vila Nova, 245 – Consolação. 

Sexta e Sábado às 20h | Domingo às 18h.Ingressos: R$ 40
R$ 20 (usuário matriculado, a partir de 60 anos e estudantes com carteirinha)
R$ 12 (trabalhador no comércio e serviços matriculado e dependentes)

De 17 de abril a 24 de maio de 2015 - (18 apresentações)


TEATRO ALFREDO MESQUITA (210 lugares) Av Santos Dumont, 1770 – Santana.

Quarta a Sábado às 20h | Domingo às 18h. Ingressos Gratuitos

De 27 a 31 de maio de 2015 (5 apresentações)


TEATRO CACILDA BECKER (216 lugares) Rua Tito, 295 – Lapa.

Quarta a Sábado às 20h | Domingo às 18h. Ingressos Gratuitos

De 03 a 07 de junho de 2015 (5 apresentações)

Duração: 120 minutos Recomendação: 16 anos

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