terça-feira, 13 de outubro de 2015

O Taxidermista

Exibindo O Taxidermista.jpg
Foto: Divulgação 
A montagem, uma das três premiadas na 1ª Mostra de Dramaturgia em Pequenos Formatos Cênicos do Centro Cultural São Paulo leva ao público um fábula moderna inspirada em um fato real
  
Inspirado em uma notícia sobre um personagem de guerra, da região do Oriente Médio, o espetáculo O TAXIDERMISTA,  da Cia dos Imaginários, reestreia dia 22 de outubro, quinta-feira, às 21 horas, no Espaço dos Parlapatões. Um dos três ganhadores entre os mais de 200 textos que participaram do edital que deu origem à 1ª Mostra de Dramaturgia em Pequenos Formatos Cênicos do Centro Cultural São Paulo, espetáculo tem texto e direção de René Piazentin. No elenco– Aline Baba, Kedma Franza, Luana Frez, Renata Weinberger, Rodrigo Sanches e Waldir Medeiros.

René criou a dramaturgia de sua peça depois de ler sobre um zoológico na cidade palestina de Qalqilya, cercada pelo muro da Cisjordânia, onde o veterinário residente e diretor, Dr. Sami Khader, empalhou diversos animais que morreram durante a Segunda Intifada – conflito de dois anos onde morreram cerca de cinco mil pessoas, entre palestinos e israelenses.

Na peça, Dr. Sami vira o Dr Sharif, que não só taxidermiza os animais mortos no zoológico onde trabalha, como também conversa com eles. Nesse cenário, ele conhece Lola, uma menina órfã, surge com o desejo de aprender a arte da taxidermia – para poder, ela mesma, empalhar seu cachorro que morreu no dia anterior.

Encenação cheia de simbolismo
O TAXIDERMISTA fala sobre efemeridade e da tentativa de fazer com que pessoas e memórias se perpetuem. A taxidermia é uma metáfora para a tentativa eterna do ser humano de ser perene e continuar vivo de alguma maneira. René explica que “procurou transpor para a concretude da cena as ideias que o texto discute: os atores trocam de papéis na medida em que a indumentária das personagens évestida/despida, fazendo uma relação com a taxidermia, em que o que importa mesmo é a carcaça, o superficial. Quando começamos o ensaio, disse para os atores que as roupas seriam praticamente o próprio personagens, que ganhariam novos nuances de acordo com o seu recheio”.

Além disso, a iluminação é uma das camadas importantes da encenação. “A luz recorta e projeta sombras, testemunhas imateriais de identidades passadas e presentes, dando ao cenário elementos importantes”.

Outro objeto de grande simbolismo do espetáculo é o uso de bolinhas de gude, que ajudam a costurar a trama, aparecendo de diversas maneiras ao longo das cenas. “Elas nos ajudam a materializar os meios para a taxidermização. São ao mesmo tempo olhos e escroto artificiais de animais que um dia tiveram vida, assim como aparecem como os alimentos jogados por cima da cerca para alimentar girafas, além de serem o brinquedo que nos remete aos jogos de infância”, conta René.

Dramaturgia própria
Segundo René, escrever um texto sobre encomenda nunca foi seu foco. “Sempre escrevi os meus textos pensando já nos atores que iriam levar aquela história para o palco e comigo dirigindo. Esse é o modelo de atuação do grupo. Entendemos que o desenvolvimento de uma dramaturgia própria é o elemento primordial para a Cia dos Imaginários, indissociável do modelo de produção dos processos de encenação realizados até aqui”, afirma o dramaturgo e diretor.

Espaço Parlapatões – Praça Franklin Roosevelt, 158 – Consolação – Telefone (11) 3258-4449. Bilheteria – De terça a quinta-feira das 16 às 21 horas, sexta-feira e sábado das 16 às 24 horas e domingo das 16 às 20 horas.Capacidade do Teatro – 98 lugares. Acesso para deficientes físicos.
Sancho Pança Produções. Idealização e Realização – Cia dos Imaginários. Duração – 75 minutos. Indicação Livre. Temporada – Quinta e sexta-feira às 21 horas.Até 11 de dezembro. Ingressos – R$ 30,00 e R$ 15,00 (meia-entrada) a venda pelo site www.ingressorapido.com.br ou (11) 4003-1212. 

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