quinta-feira, 15 de agosto de 2013

"Jacinta"

Foto: Divulgação
ANDREA BELTRÃO INTERPRETA UMA ATRIZ PORTUGUESA, A ‘PIOR DO MUNDO’, NA COMÉDIA MUSICAL JACINTA, DO PREMIADO AUTOR DE AS CENTENÁRIASApós mais de seis meses em cartaz no Rio de Janeiro, espetáculo estreia em 9 de agosto no Sesc Vila Mariana, com direção de Aderbal Freire-Filho e direção musical do titã Branco Mello
Uma atriz portuguesa do século XVI vem parar no Brasil, onde canta rock, dança funk, fala em Nelson Rodrigues, mas sem deixar de ser uma atriz portuguesa do século XVI. Tamanha liberdade está em Jacinta, comédia musical estrelada porAndrea Beltrão que estreia em 9 de agosto no Sesc Vila Mariana, em São Paulo, após mais de seis meses de sucesso no Rio de Janeiro. O espetáculo é dirigido por Aderbal Freire-Filho e tem direção musical de Branco Mello (dosTitãs). Conta com patrocínio do Ministério da Cultura (via Lei Rouanet) e daEletrobras e co-patrocínio da Porto Seguro.

Jacinta é uma invenção de Newton Moreno, pernambucano radicado em São Paulo e reconhecido como um dos principais dramaturgos da atualidade. A aventura da atriz portuguesa começa numa representação para a rainha de Portugal. A monarca fica tão espantada com a desastrosa interpretação a que assiste que perde o ar e morre. Jacinta é deportada para o Brasil, aonde chega com a fama de pior atriz do mundo. Ele parte, então, em busca do aplauso e do reconhecimento, uma travessia em que ela esbarra até com Shakespeare.

“É quase uma fábula sobre a nossa profissão. A peça é um passeio pelo mundo do teatro, o que a preenche de significado para nós”, diz Andrea, que é dona de um teatro, o Poeira, ao lado de Marieta Severo. 

No elenco também estão Augusto MadeiraGillray CoutinhoIsio Ghelman,José Mauro Brant e Rodrigo França, que se revezam em inúmeros personagens. Quatro músicos formam a banda que tocam ao vivo as 13 canções e os nove temas instrumentais da peça. A cantora Chris Delanno cuidou da preparação vocal do elenco.

NewtonAndrea e Aderbal concordaram, desde a elaboração do projeto, que a peça fosse transformada em um espetáculo musical. Para isso, antes mesmo do começo dos ensaios, Branco Mello foi incorporado à equipe de criação de Jacinta

“A música ajuda a contar a história. Eu troquei, por exemplo, três cenas pela canção que conta a entrada de Jacinta no Brasil”, explica Aderbal.
“Fui criando as melodias de acordo com o que as letras pediam. Há música medieval, rock pesado e chega até ao funk”, diz Branco, antigo amigo deAndrea, com quem trabalhou em 2002 no musical infantil Eu e meu guarda-chuva (texto e canções dele; ela no elenco e na produção), depois transformado em filme.

A opção por um musical com gêneros do século XX reforça a despreocupação de Aderbal e Newton com realismos, não havendo interesse em fazer reconstituição histórica. O diretor mais uma vez se vale de recursos teatrais que chama de “anacronismos”. Exemplos: o autor português Gil Vicente, morto por volta de 1536, aparece utilizando uma máquina de escrever; e Jacinta diz que gostaria de conhecer Nelson Rodrigues.

“Por mais fiel que eu queira ser, não vou ter o tipo de tecido ou de calçado da época. Então, nem prefiro buscar essa fidelidade. Fico com a neutralidade, o que, para o anacronismo, é um passo”, explica Aderbal, que tem Fernando Philbert como diretor-assistente e conta com Antônio Medeiros nos figurinos,João Saldanha e Marcelo Braga no desenho coreográfico, Maneco Quinderéna iluminação e Fernando Mello da Costa nos cenários.

O uso do sotaque português pelos atores em boa parte do espetáculo tem um quê de fidelidade e outro de recurso teatral, reforçando o tom cômico da peça.

“Adoro falar com sotaque, qualquer sotaque. Ele me dá outra persona”, dizAndrea, que passou 20 dias em Portugal em 2012 conhecendo familiares do marido (o diretor de TV e cinema Maurício Farias), mas que treinou mesmo o sotaque vendo e ouvindo o ator Raul Solnado e a cantora Amália Rodrigues. O resto do elenco contou a com a ajuda de Iris Gomes da Costa nas aulas de prosódia.

Newton escreveu Jacinta entre 2003 e 2004, antes de As centenárias, peça que criou especialmente para Andrea e Marieta e que rodou o país de 2007 a 2011, também com direção de AderbalAndrea já conhecia a história, até agora inédita, e decidiu produzi-la, permitindo este reencontro entre artistas que têm em comum uma sólida experiência em companhias teatrais.

“A má atriz só aparece nos momentos em que Jacinta está representando para alguém. No restante do tempo, é a excelente atriz que Andrea é”, explica Aderbal.

De 9 de agosto a 22 de setembro, sexta e sábado, 21h, domingo e feriados, 18h 
130 minutos. Não recomendado para menores de 12 anos.
Venda pelo sistema INGRESSOSESC a partir de 1/8, às 14h
R$ 32,00 (inteira); R$ 16,00 (usuário inscrito no Sesc e dependentes, +60 anos, estudantes e professores da rede pública de ensino com comprovante). R$ 6,40 (trabalhador no comércio de bens, serviços e turismo matriculado no Sesc e dependentes).

Bilheteria: Terça a sexta-feira das 9h às 21h30, sábado das 10h às 21h30, domingo e feriados das 10h às 18h30 (ingressos à venda em todas as unidades do Sesc).  Aceita-se todos os cartões.
Horário de funcionamento da unidade: Terça a sexta, das 7h às 21h30; sábados, das 9h às 20h30; e domingos e feriados, das 9h às 18h30.

Estacionamento: R$ 3 a primeira hora + R$ 1 a hora adicional (matriculados no Sesc). R$ 6 a primeira hora + R$ 2 a hora adicional (não matriculados). 200 vagas.

Sesc Vila Mariana - Rua Pelotas, 141 - Informações: 5080-3000 - sescsp.org.br

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