Comédia musical tem triângulo amoroso com
Rachel Ripani Paula Flaibann e Rubens Caribé
CABARET LUXÚRIA
De Rachel Ripani.
Direção Helen Helene
Somente oito apresentações no Teatro Viradalara. Estreia dia 07 de setembro
Foto: Divulgação |
Primeiro texto encenado de Rachel Ripani, musical tem banda feminina interpretando ao vivo clássicos de Cole Porter e Bertold Brecht. Amor, desejo e luxúria salpicam o espetáculo, contando a envolvente história de um triângulo amoroso que se passa em um cabaré no Inferno.
Um excitante triângulo amoroso se desenrola no universo quente e erótico do Inferno, onde o show de cabaré é apresentado por Lilith (Paula Flaibann), a dona do bordel e mulher de Mephisto (Rubens Caribé), o cantor, gigolô e sedutor que se envolve com a jovem recém-chegada Justine (Rachel Ripani). Este é o Cabaret Luxúria, que faz oito apresentações no Teatro Viradalata, em Perdizes, a partir do dia 07 de seyembro.
Com direção de Helen Helene, direção musical de Pedro Paulo Bogossian e arranjos de Guilherme Terra, e luz de Guilherme Bonfanti, o espetáculo tem cenários e figurinos sensuais e elegantes, criados por Theodoro Cochrane e inspirados no universo burlesco. Em cena, são 15 músicas interpretadas ao vivo pela Banda das Perdidas, formada por cinco instrumentistas (piano, trombone, bateria, contrabaixo acústico) – um dos charmes da encenação. Além de tocar, eles interpretam as diabinhas assistentes de Lilith, também presos no Inferno.
Ao som de clássicos de Cole Porter, Gershwin e Kurt Weill mesclados a canções de Brecht e Jeff Buckley e trilhas de filmes (O Último Tango em Paris e 9 semanas e ½ de Amor), a peça se desenrola com a proposta de divertir o público. Vertidas para o português por Bruno Perillo, Let’s Misbehave (Cole Porter) foi transformada em Vamos Gozar, e Hallelujah (Jeff Bucley), vertida por Rachel Ripani, foi transformada em Aleluia.
O repertório inclui também Atrás da Porta (Chico Buarque) e O Meu Sangue Ferve por Você (imortalizada na voz de Sidney Magal). Há espaço, ainda, para versões de Cláudio Botelho para Lorelai (Gershwin) e Cell Block Tango (Fred Ebb e John Kander). Confira repertório completo no final do texto.
Tendo como pano de fundo um cabaré no Inferno, o texto narra as aventuras dos personagens Lilith, Mephisto e Justine por meio do que a autora chama de cliclo da paixão. Primeiro o frio na barriga, os medos e as curiosidades, depois a entrega ao prazer e por fim o sofrimento e as conseqüências da paixão. A harmonia entre Lilith e Mephisto, seu parceiro espiritual e o lado masculino da entidade diabólica, é abalada peça entrada em cena de Justine. Tomado pelo desejo e pelo prazer ele se envolve com a jovem.
Mephisto, o único homem em cena entre 7 mulheres, ganha, portanto, a responsabilidade de salientar diversas vertentes masculinas em seu personagem. Em cena, ora é ingênuo, apaixonado e sedutor. Ora cafajeste e violento. Com toques bem-humorados, o espetáculo chama atenção em cenas como Marketing do Inferno, onde há interação com a plateia, e Carrossel Internacional, sobre as desculpas que os homens usam quando seus casos extra-conjugais são revelados.
Sobre o texto
Rachel Ripani comenta o desafio de escrever o texto para um musical brasileiro. “Não é um gênero muito explorado aqui. É um desafio buscar uma dramaturgia para um musical brasileiro. Pesquisei uma vasta linha de textos sobre o amor, de Dante Alighieri e Shakespeare a Nelson Rodrigues”, comenta a atriz, que aliou os ensaios de Cabaret Luxúria a sete sessões semanais do musical Mamma Mia!, onde interpretava Tanya, uma das amigas da personagem principal.
Para criar a peça, a autora começou a explorar o território do desejo, em clima leve e safado. “Queria dar voz à mulher que deseja, que tem sensualidade, identidade e um lado terrível também. Conforme fomos nos aprofundando, percebemos que a paixão também leva para uma área perigosa - da atração, do prazer, da sacanagem, do ciúme, da traição e da separação”.
Nos primeiros encontros foi feita a preparação vocal do elenco. Em seguida, o trabalho coreográfico. Por último, a junção dos dois. Para este processo delicado, o elenco precisa estar treinado fisicamente e a direção rigorosa é dividida por três profissionais – Helen Helene cuida da encenação e da construção geral do espetáculo; Pedro Paulo Bogossian assina a direção musical e Renata Brás é responsável pelas marcas, movimento e coreografias.
Sobre a encenação
A produção destaca que o espetáculo fica rico com música ao vivo, além de que as instrumentistas do Tango e Perfume têm larga experiência em orquestra. “A qualidade desta peça está muito boa, ainda mais com a direção musical de Pedro Paulo Bogossian”.
“Ultimamente, percebi que tenho um prazer enorme em fazer humor. Fico muito feliz, pois a comédia é um campo menos privilegiado e menos respeitado no Teatro”, comenta a atriz Rachel Ripani, que tem seu primeiro texto encenado.
“Como as musicistas não são atrizes, a gente faz uma adequação. Procuramos trazer as meninas para cena sem a responsabilidade de atuar. Elas se comportam com naturalidade, ficam à vontade e é essa a brincadeira. Seu foco primordial não é a atuação”, explica a diretora Helen Helene.
Sobre o elenco, o diretor musical Pedro Paulo Bogossian não economiza elogios. “Trabalho há 20 anos com Helen Helene, é o segundo com a Rachel e Rubens Caribé. Todos sempre estão disponíveis e têm uma carreira disciplinada, não só para este projeto. São profissionais inspirados, que conhecem profundamente o campo teatral.”
Theodoro Cochrane (Prêmio Shell 2011, na categoria figurino com Escuro, de Leonardo Moreira) cuidou de ressaltar as cores quentes no figurino, que explora a sensualidade e a transparência. O cenário limpo tem a proposta de destacar personagens e instrumentistas. Para contrapor com o cenário clean, Theodoro pôde trabalhar mais o figurino. “Inspirado no universo burlesco, procurei peças chiques e sensuais. A roupa da Rachel, principalmente, tem muita renda.”
O processo de construção de cena é contínuo. O elenco ainda trabalha com liberdade sobre o roteiro. “Não temos muito compromisso com o texto fechado. Estamos abertos para a criação de cada um. Isso funciona porque a química entre nós é grande”, diz Helen. “Conseguimos uma fluência de construção que está sendo útil para reorganizar a cena. É uma parceria de criação estética e da cena”, completa Rachel.
REPERTÓRIO
Let’s misbehave (Cole Porter)
Versão Bruno Perillo
2. Mandelay
(Kurt Weill e Bertold Brecht)
Versão Lilian Blanc/Folias D’Arte
3. Lorelai
(George Gershwin e Ira Gershwin)
Versão Cláudio Botelho
4. Eu sou um gigolô
Just a gigolo (Leonello Casucci e Julius Brammer)
Versão Bruno Perillo
5. Tango de Nancy
(Edu Lobo e Chico Buarque)
6. Noite e Dia
Night and day (Cole Porter)
Versão Bruno Perillo
7. You can leave your hat on
(Randy Newman)
8. Esse cara sou eu
(Roberto Carlos)
9. O meu sangue ferve por você
(M. Pancol, J. Arel e C Carrere)
Versão Serafim Costa Almeida
10. O último tango em Paris
Last tango in Paris (Gato Barbieri)
11. What are you doing the rest of your life
(Michel Legrand)
12. Tango da prisão
Cell block tango (Fred Ebb e John Kander)
Versão Cláudio Botelho
13. Atrás da porta
(Francis Hime e Chico Buarque)
14. Ne me quitte pas
(Jacques Brel)
15. Tudo vai para o inferno
Everything goes to Hell (Tom Waits)
Versão Bruno Perillo
TEATRO VIRADALATA - Rua Apinajés, 1387 – Perdizes
Informações: 3868.2535
Bilheteria: terça a sábado, das 14h às 23h; domingo, das 9h às 22h.
Estacionamento com manobrista no local, R$ 15
Vendas: www.ingressorápido.com.br e 4003.1212
Sábados às 21h. Domingo às 19h30. Ingressos: R$ 40
Duração: 75 minutos. Recomendação: 14 anos
Curta temporada: De 07 a 29 de Setembro