O espetáculo “Azul Resplendor”, de
Eduardo Adrianzén, em comemoração aos 60 anos de carreira e 80 de vida da atriz
Eva Wilma, estreia em 20 de julho, sábado, às 21h, no Teatro
Renaissance.
Direção Renato Borghi e Elcio Nogueira Seixas,
com Eva Wilma, Pedro Paulo Rangel, Dalton Vigh, Luciana Borghi,
Luciana Brites e Felipe Guerra.
Na
coletiva o Diretor Renato Borghi informa que o conteúdo desta peça
se encontrou depois de uma busca por mais de 2000 peças, em textos da América
Latina. Trouxeram-no para a curadoria da FUNARTE com a certeza de terem
encontrado uma jóia da dramaturgia. Afirma que há autores de muito
talento na América do Sul , mas é comum irem em busca de textos estadunidense e
mesmo europeus, ficando de costas para a América Latina.
Duas
curiosidades: estar na coletiva, faz com que o elenco lembre que há uma
coletiva na peça também na qual muitas perguntas são feitas e num momento de
inspiração do Diretor Elcio Nogueia Seixas se reproduz com os profissionais
presentes algumas delas, dando um momento de descontração ao mesmo
tempo que se pode sentir como é estar representando.
A segunda
se refere ao fato de após ler o texto
ainda em espanhol, Borghi ligou para Eva Wilma, dizendo que tinha adorado o
texto e queria que ela o lesse. Em tendo a mãe argentina ler o original não lhe
seria problema. No dia seguinte ligou para ele e informou que aquele se tratava
de uma jóia. Logo se fez a tradução e ajustes para colocar no encaixe
brasileiro. E se partiu para um projeto ambicioso para levar a peça pra São
Paulo, Rio de Janeiro e ainda viajar para outros estados. Após 4 meses tentando
levantar recursos, recebem o apoio imediato do Banco Volkswagen.
Com Pedro Paulo
Rangel que também comemora seus 45 anos de carreira, Borghi 57 tem uma turma da
pesada com um jovem elenco talentoso - Lu Borghi, Lu Brites e Felipe Guerra, o
galã da peça. Além, é claro, de Dalton Vigh.
A trama
discorre sobre uma peça dentro da peça, trata-se do nosso ofício, diz Eva
Wilma. "O autor tem conhecimento profundo do nosso trabalho, tem também conhecimento
de cinema e televisão é um autor brilhante. Estamos muito entusiasmados com o
texto”."Este autor tem humor crítico, mas também tem poesia, esperamos que
o público goste". “Estamos rindo de nossas fragilidades” completa.
Em
parceria já há 20anos com Elcio, Borghi atesta que o texto verdadeiro é um
enorme presente e a concepção da peça se dá nesta parceria - Teatro Promíscuo,
que é o nome da companhia, que entende promíscuo como esta troca que se dá
entre talentos de todas as tendências e idade, várias escolas. O teatro feito
pelo ator.
O enredo
traz várias condições instigantes como o ator que tem seu ego em extrema
elevação e se acha o melhor de todos. A personagem de Dalton Vigh que é um
diretor moderno e faz-se um suspense pra se entrar em cena. Outros cheios de
ambições de onde se vai chegar. Este diretor histriônico é fantástico, tem
alguns monólogos divertidíssimos, extremamente crítico e divertidíssimos.
Borghi ainda confirma que muita coisa que ele, o diretor na peça, faz, já viu
na vida. “O diretor é Deus é a primeira fala”.
Elcio
atesta que neste dois anos de busca encontraram
muitas peças que são apresentadas em festivais de teatro, esta em
especial teve impacto, porque ela é muito montada e fala sobre a gente, os
atores. “A gente acaba rindo do patético que tem e nossa profissão”. E este
fato gerou no autor um certo mal estar, visto que atores e diretores se
ofenderam. Quando Pepê leu o texto deduziu que ninguém presta, ninguém se
salvava. “Depois a gente consegue salvar todos eles” diz.
A atriz Lu
Brites ao ter contato como o enredo o
considerou muito depressivo, porém no dia seguinte ao participar da leitura
tomou uma surra, foi tomada de uma graça e transformou-se absolutamente
risível. “Cada profissão cria máscaras e conseguir rir disso, de tudo que é
forte, denso é incrível”.
Eva Wilma
“Felizmente aconteceu uma integração, da nossa realidade cultural”.
Felipre
Guerra vai mais longe e sua impressão sobre a peça é que é diabólica. “Mexe com
o nosso ego, com tudo aquilo que a gente repudia, os arquétipos estão ali.
Todas as profissões são expostas.”
Para Borghi ,
a personagem de sua sobrinha Lu Borghi, no papel da assistente, tem seu ego
absorvido manifesta este aspecto. Ela se mantem calada, mas pensa muita
crueldade. Ela fala principalmente com o público, neste recurso do a parte. “É
divertidíssimo ouvir o que se passa na cabeça do outro.
Questionada sobre sua
carreira e formação, Eva Wilma responde que teve muitas escolas e mestres seja
no cinema, na televisão e principalmente no teatro, onde precisa voltar ao
oficio teatral, pois o entende com a escola do ator. Nos ensaios, vivem citando
Kusnet e Ziembisky pelo qual teve o prazer de ser dirigida. Aprecia o seu
segredo – manter sua liberdade de escolha.
Pedro Paulo Rangel estreou
no Rio e logo veio a São Paulo onde ficou 5 anos, aprendeu a dirigir em São
Paulo. Sua primeira novela foi na extinta Tupi. Conheceu Jô Soares e ficou como
assistente com quem aprendeu o ritmo de comédia. Com Naum Alves de Souza
participou de “Aurora de Minha Vida” e exclama: “Quanta coisa mudou...”
Decidiu fazer teatro e
já há 8 meses envolvido com “Azul Resplendor” após o convite de Renato Borghi,
com quem trabalhou em “Galileu Galilei” e também em “O Pequeno Monge”. Ainda no
século passado, satiriza!
Na peça é um autor,
ex-ator muito ruim apaixonado pela Blanca, personagem de Eva Wilma, e escreveu
pra ela, talvez gay,” não sei “. Escreve pra que ela volte aos palcos.
“ A manifestação do
público, tenha o nível cultural que tenha é gratificante”. Eva Wilma.
Dalton Vigh tinha 9 anos
quando ela fazia “Mulheres de Areia”. É um sonho realizado estar ao lado dela e
dele – Eva e Pepe. “A gente sempre sai
dos ensaios com uma liçãozinha de como ser ator, ser profissional”.
Lu Brites registra que é
perigoso ( no bom sentido) estar ao lado de atores veteranos com eles. Precisa
estar preparada em seu coração. Pois a
vivacidade deles extrapola. Precisa se preparar pra o teatro que é sanguíneo.
“Existem livros, escola e o fazer a
gente se toca para atuar, isso é transfusão. Esse carimbo a gente recebe deles
e vai pro nosso DNA de ator.”
Felipe Guerra que acaba
de sair do teatro amador e pega um texto deste e lhe soa como várias escolas de
cada um deles. “Cada um te ensina uma experiência, a gente ta trocando. Isso é
tão parecido com a peça. É um presente para a vida” assegura.
Lu Borghi - “ A energia deles e agente não tem, a
propriedade e disciplina a gente precisa se espelhar nos mais velho sim. E pra
gente se comprometer e levar textos contemporâneos e clássicos. Uma dose de
coragem. Eles são a História do Teatro Nacional.
Elcio reconhece que ele
que não é tão velho. Às vezes, se surpreende no desvendar de uma cena e com a
experiência Eva e Pepe tem soluções tão simples. “Engraçado, mas parece bobagem,
mas tem muita coisa de sabedoria de bastidores”. Crê, ainda que desde o teatro
grego exista um processo artesanal para a realização do espetáculo.
Respondendo sobre a
maquiagem que enfocada em dois lados do rosto do ator. Durante os apartes, está
se ouvindo o que se pensa, mas a camada submersa do ego e vaidade vai fluindo
para o bem e para o mal. Curiosamente em “Barba Azul, na capa do LP também
estava uma maquiagem bipartida e ainda em “Esperando Godô” há uma foto dividia na
horizontal.
O grupo de atores foram
basicamente unânimes em dizer que alguns personagens marcam o ator e que o
seguem a vida toda. Tem a ver com o que as pessoas aparentam e que querem que
os outros pensem. É ambivalente.
È uma peça que usa os atores, mas não é uma
peça necessariamente sobre os atores é sobre o ser humano que toda hora está
atuando, tem mil caras.
Sabe-se que o autor virá ao Brasil
para a estréia. Dia 18/7. Ele tem peças em vários países hispânicos. Na TV é
com Um Gilberto Braga, autor de
novelas no Peru.
#FUIEVOU!
AH! MEU DEUS, COMO EU GOSTARIA DE VER O DALTON NO TEATRO ...MORO TÃO LONGE!!
ResponderExcluirSofia Ramos Rosa