terça-feira, 16 de julho de 2013

"Azul Resplendor" - Coletiva de Imprensa

 O espetáculo  “Azul Resplendor”,   de Eduardo Adrianzén, em comemoração aos 60 anos de carreira e 80 de vida da atriz Eva Wilma, estreia em 20 de julho, sábado, às 21h, no Teatro Renaissance.

Direção Renato Borghi e Elcio Nogueira Seixas, com Eva Wilma, Pedro Paulo Rangel, Dalton Vigh, Luciana Borghi, Luciana Brites e Felipe Guerra.

Na coletiva o Diretor Renato Borghi  informa que o conteúdo  desta peça se encontrou depois de uma busca por mais de 2000 peças, em textos da América Latina. Trouxeram-no para a curadoria da FUNARTE com a certeza de terem encontrado uma jóia da dramaturgia.  Afirma que há autores de muito talento na América do Sul , mas é comum irem em busca de textos estadunidense e mesmo europeus, ficando de costas para a América Latina. 

Duas curiosidades: estar na coletiva, faz com que o elenco lembre que há uma coletiva na peça também na qual muitas perguntas são feitas e num momento de inspiração do Diretor Elcio Nogueia Seixas se reproduz com os profissionais presentes algumas delas, dando um momento de  descontração  ao mesmo tempo que se pode sentir como é estar representando.

A segunda se  refere ao fato de após ler o texto ainda em espanhol, Borghi ligou para Eva Wilma, dizendo que tinha adorado o texto e queria que ela o lesse. Em tendo a mãe argentina ler o original não lhe seria problema. No dia seguinte ligou para ele e informou que aquele se tratava de uma jóia. Logo se fez a tradução e ajustes para colocar no encaixe brasileiro. E se partiu para um projeto ambicioso para levar a peça pra São Paulo, Rio de Janeiro e ainda viajar para outros estados. Após 4 meses tentando levantar recursos, recebem o apoio imediato do Banco Volkswagen. 

Com Pedro Paulo Rangel que também comemora seus 45 anos de carreira, Borghi 57 tem uma turma da pesada com um jovem elenco talentoso - Lu Borghi, Lu Brites e Felipe Guerra, o galã da peça. Além, é claro, de Dalton Vigh. 

A trama discorre sobre uma peça dentro da peça, trata-se do nosso ofício, diz Eva Wilma. "O autor tem conhecimento profundo do nosso trabalho, tem também conhecimento de cinema e televisão é um autor brilhante. Estamos muito entusiasmados com o texto”."Este autor tem humor crítico, mas também tem poesia, esperamos que o público goste". “Estamos rindo de nossas fragilidades” completa.

Em parceria já há 20anos com Elcio, Borghi atesta que o texto verdadeiro é um enorme presente e a concepção da peça se dá nesta parceria - Teatro Promíscuo, que é o nome da companhia, que entende promíscuo como esta troca que se dá entre talentos de todas as tendências e idade, várias escolas. O teatro feito pelo ator. 

O enredo traz várias condições instigantes como o ator que tem seu ego em extrema elevação e se acha o melhor de todos. A personagem de Dalton Vigh que é um diretor moderno e faz-se um suspense pra se entrar em cena. Outros cheios de ambições de onde se vai chegar. Este diretor histriônico é fantástico, tem alguns monólogos divertidíssimos, extremamente crítico e divertidíssimos. Borghi ainda confirma que muita coisa que ele, o diretor na peça, faz, já viu na vida. “O diretor é Deus é a primeira fala”.

Elcio atesta que neste dois anos de busca encontraram  muitas peças que são apresentadas em festivais de teatro, esta em especial teve impacto, porque ela é muito montada e fala sobre a gente, os atores. “A gente acaba rindo do patético que tem e nossa profissão”. E este fato gerou no autor um certo mal estar, visto que atores e diretores se ofenderam. Quando Pepê leu o texto deduziu que ninguém presta, ninguém se salvava. “Depois a gente consegue salvar todos eles” diz.

A atriz Lu Brites ao ter contato como  o enredo o considerou muito depressivo, porém no dia seguinte ao participar da leitura tomou uma surra, foi tomada de uma graça e transformou-se absolutamente risível. “Cada profissão cria máscaras e conseguir rir disso, de tudo que é forte, denso é incrível”.

Eva Wilma “Felizmente aconteceu uma integração, da nossa realidade cultural”.

Felipre Guerra vai mais longe e sua impressão sobre a peça é que é diabólica. “Mexe com o nosso ego, com tudo aquilo que a gente repudia, os arquétipos estão ali. Todas as profissões são expostas.”

Para Borghi , a personagem de sua sobrinha Lu Borghi, no papel da assistente, tem seu ego absorvido manifesta este aspecto. Ela se mantem calada, mas pensa muita crueldade. Ela fala principalmente com o público, neste recurso do a parte. “É divertidíssimo ouvir o que se passa na cabeça do outro.

Questionada sobre sua carreira e formação, Eva Wilma responde que teve muitas escolas e mestres seja no cinema, na televisão e principalmente no teatro, onde precisa voltar ao oficio teatral, pois o entende com a escola do ator. Nos ensaios, vivem citando Kusnet e Ziembisky pelo qual teve o prazer de ser dirigida. Aprecia o seu segredo – manter sua liberdade de escolha.

Pedro Paulo Rangel estreou no Rio e logo veio a São Paulo onde ficou 5 anos, aprendeu a dirigir em São Paulo. Sua primeira novela foi na extinta Tupi. Conheceu Jô Soares e ficou como assistente com quem aprendeu o ritmo de comédia. Com Naum Alves de Souza participou de “Aurora de Minha Vida” e exclama: “Quanta coisa mudou...”
Decidiu fazer teatro e já há 8 meses envolvido com “Azul Resplendor” após o convite de Renato Borghi, com quem trabalhou em “Galileu Galilei” e também em “O Pequeno Monge”. Ainda no século passado, satiriza!
Na peça é um autor, ex-ator muito ruim apaixonado pela Blanca, personagem de Eva Wilma, e escreveu pra ela, talvez gay,” não sei “. Escreve pra que ela volte aos palcos.

“ A manifestação do público, tenha o nível cultural que tenha é gratificante”. Eva Wilma.

Dalton Vigh tinha 9 anos quando ela fazia “Mulheres de Areia”. É um sonho realizado estar ao lado dela e dele – Eva  e Pepe. “A gente sempre sai dos ensaios com uma liçãozinha de como ser ator, ser profissional”.

Lu Brites registra que é perigoso ( no bom sentido) estar ao lado de atores veteranos com eles. Precisa estar preparada  em seu coração. Pois a vivacidade deles extrapola. Precisa se preparar pra o teatro que é sanguíneo. “Existem livros, escola e o fazer  a gente se toca para atuar, isso é transfusão. Esse carimbo a gente recebe deles e vai pro nosso DNA de ator.”

Felipe Guerra que acaba de sair do teatro amador e pega um texto deste e lhe soa como várias escolas de cada um deles. “Cada um te ensina uma experiência, a gente ta trocando. Isso é tão parecido com a peça. É um presente para a vida” assegura. 

Lu Borghi  - “ A energia deles e agente não tem, a propriedade e disciplina a gente precisa se espelhar nos mais velho sim. E pra gente se comprometer e levar textos contemporâneos e clássicos. Uma dose de coragem. Eles são a História do Teatro Nacional.

Elcio reconhece que ele que não é tão velho. Às vezes, se surpreende no desvendar de uma cena e com a experiência Eva e Pepe tem soluções tão simples. “Engraçado, mas parece bobagem, mas tem muita coisa de sabedoria de bastidores”. Crê, ainda que desde o teatro grego exista um processo artesanal para a realização do espetáculo.

Respondendo sobre a maquiagem que enfocada em dois lados do rosto do ator. Durante os apartes, está se ouvindo o que se pensa, mas a camada submersa do ego e vaidade vai fluindo para o bem e para o mal. Curiosamente em “Barba Azul, na capa do LP também estava uma maquiagem bipartida e ainda em “Esperando Godô” há uma foto dividia na horizontal.

O grupo de atores foram basicamente unânimes em dizer que alguns personagens marcam o ator e que o seguem a vida toda. Tem a ver com o que as pessoas aparentam e que querem que os outros pensem. É ambivalente.
È uma peça que usa os atores, mas não é uma peça necessariamente sobre os atores é sobre o ser humano que toda hora está atuando, tem mil caras.

Sabe-se que o autor virá ao Brasil para a estréia. Dia 18/7. Ele tem peças em vários países hispânicos. Na TV é com Um Gilberto Braga, autor de novelas no Peru.

 #FUIEVOU!
Até um próximo encontro cultural!!


veja as fotos










Um comentário:

  1. AH! MEU DEUS, COMO EU GOSTARIA DE VER O DALTON NO TEATRO ...MORO TÃO LONGE!!


    Sofia Ramos Rosa

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