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Fotos: Priscila Prade |
Texto e Direção de Otavio Martins
Luiz Damasceno, Giovani Tozi e Guta Ruiz
Estreia dia 19 de Outubro no CCBB SP
Através de uma ação hipotética, uma viagem no tempo, espetáculo abre um espaço de reflexão a respeito de nossas escolhas cotidianas e a implicação delas no nosso futuro.
Um jovem e sua ex-namorada aguardam a chegada de alguém. É noite de ano novo e em menos de uma hora os ponteiros do relógio anunciarão o começo de um novo ciclo.
O efêmero encontro dos três personagens desafia as noções de tempo e de espaço. A ideia de realidade transcende a natureza física.
O que fazer quando nem a fé e a ciência são capazes de preencher o coração de um homem? Pergunte ao tempo.
Quando uma oportunidade bate à nossa porta é preciso estar atento para que ela não se perca ou se junte às possíveis frustrações do passado. A realidade é que frustrar-se faz parte da vida. Por mais manobras que façamos, a condição humana prevê fracassos e, apenas se pudéssemos voltar no tempo para ajustar as coisas ou avançar para se precaver de outras, estaríamos realmente seguros. E se fosse possível? E se de fato a teoria de tempo e espaço publicada por Einstein no início do século XX fosse desenvolvida a tal ponto que viabilizasse essa excêntrica viagem? Através dessas reflexões, Pergunte ao Tempo, sugere o improvável encontro de três personagens. O moço desconfiado, ela de sorriso aberto e o senhor mau humorado se encontram na noite de ano novo para uma breve e esclarecedora conversa. Num jogo vertiginoso de muitas perguntas e poucas respostas o texto aponta questionamentos a respeito das escolhas que são feitas cotidianamente. Tendo em vista estudos sobre a física quântica sobre tempo e espaço, a dramaturgia discute de forma poética a velhice, a coragem e a perseverança. Se lhe fosse concedido voltar no tempo, num único instante, que momento você escolheria?
O conceito de tempo é algo que desperta interesse no homem desde os primórdios da cultura ocidental. A incapacidade de compreendê-lo cientificamente mobiliza filósofos e cientistas até hoje. Há alguns séculos antes de Cristo, Platão dividiu o mundo em dois: O real, referente ao mundo inteligível, palpável e racional. E o irreal, referente ao universo das sensações, daquilo que “não é”, do inexplicável e do irracional. Foi nesse mundo do “não ser” que Platão inseriu a ideia de tempo. Para o filósofo, sendo esse um conceito relativo e variável, o tempo essencialmente não existe.
Surgiram vários filósofos e cientistas que aqueceram as discussões sobre o tema. Todos unidos na busca pelo entendimento dessa grande engrenagem a qual estamos expostos diariamente.
A viagem no tempo é um tema que instiga pesquisadores há muito tempo. Cientistas buscam arestas nas teorias sobre espaço/tempo e por várias vezes se aproximaram de hipóteses, teorias, sobre o assunto. Produzir um espetáculo que aborde essas questões significa levar pra cena uma questão de interesse geral, repassada de forma única e genuína, através de um viés poético e teatral. O cinema já levou às telas algumas vezes a discussão e mesmo em décadas diferentes mobilizou e impactou os espectadores, como foi o caso em De Volta Para o Futuro, Efeito Borboleta, Te Amarei Para Sempre, Star Trek, Meia-Noite em Paris e Planeta dos Macacos. Finalmente, Pergunte ao Tempo, torna-se oportunamente propício por sua contribuição artística.
Otávio Martins, que assina e dirige a obra, vem de espetáculos exaltados pelo público e elogiados pela crítica como é o caso de Divórcio e Caros Ouvintes. O elenco é composto por três atores de notável contribuição ao teatro. A dupla Luiz Damasceno e Giovani Tozi já foi elogiada e premiada pela crítica quando foram, respectivamente, pai e filho, no também premiado espetáculo O Colecionador de Crepúsculos, de Vladimir Capella. Guta Ruiz fecha o trio, a atriz, que tem sua formação nos palcos, atuou também em vários filmes e seriados, incluindo as novelas Jóia Rarae Passione, da Rede Globo.
Centro Cultural Banco do Brasil - Rua Álvares Penteado, 112. Centro
Acessos: Estações Sé e São Bento do Metrô. Praças do Patriarca e da Sé.
Acesso e facilidades para pessoas com deficiência física / Ar-condicionado /
Estacionamento: Estapar Estacionamento – Rua Santo Amaro, 272 – (R$ 15 pelo período de cinco horas. Necessário carimbar tíquete na bilheteria do CCBB - Van faz o traslado gratuito no trajeto estacionamento – CCBB. Na volta, parada no Metrô República antes do estacionamento.
Segunda e Quarta às 20h. Ingressos: R$ 10
Duração: 75 minutos. Recomendação: 14 anos
Estreia dia 21 de Outubro. Temporada: Até 16 de Dezembro