quarta-feira, 3 de maio de 2017

Lembro Todo Dia de Você

Lembro-Todo-Dia-de-Voce.-Foto---Giovana-Cirne-(3).jpgCCBB São Paulo apresenta o musical do Núcleo Experimental que 
discute preconceito sobre HIV

Com mais de 20 peças produzidas, indicação em 61 prêmios e público estimado em mais de 120 mil espectadores, o Núcleo Experimental, dirigido por Zé Henrique de Paula - recentemente esteve no elenco de Nuvem de Lágrimas e levou diversos prêmios por Urinal, o Musical - trabalha pela criação de uma identidade brasileira em teatro musical com sua nova peça, Lembro Todo Dia de Você. 

Thiago (Davi Tápias) é um jovem que se descobre soropositivo e inicia uma jornada de autoconhecimento em direção a questões decisivas de sua vida - como o abandono paterno, a descoberta da sexualidade, relacionamentos, amizades e o estigma enfrentado diariamente por pessoas com HIV. Assim é Lembro Todo Dia de Você, musical inédito do Núcleo Experimental que estreia dia 18 de maio, quinta-feira, às 20h, no Centro Cultural Banco do Brasil.

Fernanda Maia assina o texto e as letras. As músicas foram compostas por Rafa MirandaZé Henrique de Paula dirige e também atua no espetáculo. No palco, além de Zé Henrique, estão os atores Davi Tápias, Gabriel MaloBruna GuerinAnna ToledoFabio Augusto Barreto e Fabio Redkowicz, que interpretam doze personagens.

O musical tem treze canções originais com influências de vários gêneros, como pop, bolero, disco, jazz e música de jogos digitais. Uma banda com seis músicos regidos por Rafa Miranda acompanha ao vivo os atores.

O texto do espetáculo foi resultado do projeto de pesquisa do Núcleo Experimental contemplado pela 27º Edição do Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo. Em outubro de 2016, foram feitas três leituras cantadas abertas ao público que lotou o Teatro do Núcleo Experimental. O texto conta ainda com a colaboração de Zé Henrique de Paula e Herbert Bianchi.

“Apesar dos avanços científicos que amparam a saúde de quem vive com HIV, os preconceitos, estereótipos e convenções que existem sobre o tema ainda criam um ambiente hostil para os portadores do vírus”, diz Zé Henrique.  Lembro Todo Dia de Você chega como uma reflexão sobre o efeito dessas questões na afetividade e emoções desse grupo e seus círculos sociais.

A produção vem depois de Urinal (2015), sucesso de público e crítica que garantiu a Zé Henrique de Paula o prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte na categoria Melhor Diretor. Urinal também foi ganhador do Prêmio Reverência nas categorias Melhor Musical, Melhor Direção, Melhor Cenário, Melhor Direção Musical e Melhor Ator Coadjuvante (Fabio Redkowicz). A peça foi vencedora do Prêmio Aplauso Brasil, na categoria Melhor Musical tanto no voto popular, quanto no voto do júri além de ter sido indicada a diversos outros prêmios, como  Shell, Governador do Estado, Quem e Bibi Ferreira.

O Núcleo também se empenha na criação de espetáculos nacionais, oferecendo ao público novas opções além das franquias internacionais ou adaptações de obras pré-existentes, como filmes, livros ou até mesmo outras peças teatrais.

Zé Henrique de Paula diz que, para esse espetáculo, foram feitas pesquisas de campo com jovens portadores de HIV e instituições de amparo a esse grupo. Também foi decisiva para a criação da peça a participação de Rafa Miranda, compositor e regente que emprestou para a obra dados reais da sua vida e experiência como portador de  HIV.

“A falta de informação, a solidão, as inseguranças, as frustrações e o sentimento de culpa me deixavam submerso no medo. O Zé e a Fernanda me acolheram e me deram suporte, criando uma rede de segurança onde eu pudesse compartilhar meus sentimentos e sair do silencio”, diz Rafa. O jovem compositor diz que, ao ouvir os depoimentos de outras pessoas que vivem com HIV, os sentimentos relatados eram muito próximos dos seus, daí a necessidade de falar sobre as questões que atingem os soropositivos, assim como a dificuldade de dividi-las com outras pessoas.

Fernanda Maia reforça que as músicas criadas para Lembro Todo Dia de Você são acessíveis, o que aproxima o público do conteúdo da peça. “É um espetáculo que revisita a história desse rapaz e as relações que se estabeleceram em sua vida, muitas delas atravessadas pelo diagnóstico do HIV” diz Fernanda.

Mesmo optando por essa abordagem, a diretora musical reforça que a peça não tem nenhuma pretensão didática ou panfletária. “A arte não dá respostas; ensina a fazer perguntas melhores, o que guia essa peça não são certezas, mas as dúvidas e questionamentos”, fala Fernanda. Sobre a escolha do gênero musical para falar sobre o assunto, Rafa Miranda complementa: “Há algo de poderoso na junção de música e texto que, só o texto ou só musica talvez não dessem conta de exprimir sozinhos”.

O Núcleo Experimental contou mais uma vez com a atuação de Inês Aranha na preparação do elenco. “Aplico ferramentas que aproximam mais os atores, conseguimos criar entre eles a ideia de sensibilidade e passado comum para que isso aflore nas personagens”, explica. O elenco tem muita liberdade para explorar gestos, modo de falar e subjetividade. A partir desse material, dou apoio para decidirmos o que entra e o que fica de fora na montagem final. Costumo trabalhar com referências das artes plásticas e neste caso buscamos inspiração nas pinturas de Paul Cadmus (1904 – 1999) e, principalmente, de Steve Walker (1961 – 2012)”.

Estreia dia 18 de maio, quinta-feira, às 20h, 
Temporada: Sextas, sábados e segundas, às 20h, e domingos, às 19h. Até 26 de junhoIngressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia).Capacidade: 140 lugares.  Classificação Indicativa: 16 anos. Duração: 100 minutos.

CCBB São Paulo - Rua Álvares Penteado, 112 – Centro – SP - Próximo às estações Sé e São Bento do Metrô
Informações: (11) 3113-3651/3652. Aberto de quarta a segunda, das 9h às 21h

Acesso e facilidades para pessoas com deficiência física // Ar-condicionado
Estacionamento conveniado: Estapar Rua Santo Amaro, 272 - Valor: R$ 15,00 pelo período de 5 horas (Necessário validar o ticket na bilheteria do CCBB)  Traslado gratuito até o CCBB. No trajeto de volta, tem parada no Metrô República.

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